Alegria, energia

Como gestor, psicólogo e amigo, muitas vezes disse, de coração, aos que ascendiam a novos desafios: “Desejo sucesso, e que seja com Alegria!” Não é só pelo “fim”: é principalmente pelo “meio”, pois a Vida é um processo, requer mais atenção à jornada do que ao destino!

A Alegria, mais que o simples e belo sorriso nos lábios, “é o aumento da potência para agir”, como disse Baruch Spinoza. Ela garante a energia, nutre a paixão pela causa, envolve a pessoa e seus próximos a favor dos seus objetivos! O que inspira você? O que te move? Onde está sua paixão?

ELEVAÇÃO DA POTÊNCIA DE AGIR

Repetindo o filósofo: “por alegria entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a alma passa a uma perfeição maior.”

Tempos atrás uma cliente no whats app me pediu auxílio para planejar sua Vida e sua carreira. Gostei: tenho experiência de vida, de vivência no meio empresarial, de gestão e também o acolhimento e as técnicas da Psicologia, então, combinado, posso ajudar. Iniciamos com a ferramenta “Roda da Vida” e na sequência fizemos em conjunto o planejamento em si, de curto, médio e longo prazo. Diagnosticamos, analisamos níveis de satisfação, relembramos algumas habilidades e melhoramos outras, e, enfim, planejamos diversas áreas como: saúde física e mental, atividade acadêmica, profissão/finanças, espiritualidade, voluntariado, relacionamento afetivo, familiar e amistoso, vida social, sexo, qualidade de vida e felicidade/realização/propósito.

Esse trabalho conjunto resultou em conclusões que transformaram a Vida da cliente, o que já me deixou muito alegre. Porém, mais que isso, me fez refletir sobre os diversos níveis de Alegria e seu equilíbrio geral. Naquilo em que a pessoa ainda não se descobriu, criou alguma aversão, ou caiu na rotina, os níveis de produção e satisfação geralmente são baixos ou estáveis. Ao contrário, no que faz com Alegria, ou se alguém quiser chamar de paixão, entusiasmo, vontade, aí está o sucesso e o bem-estar, confirmando Spinoza: “o aumento da potência para agir”.

O VAI E VEM DA ALEGRIA

No mundo dos negócios empreendedores são vistos como os grandes motivados, sensibilizados e que sensibilizam para uma causa. Nisso falamos de empreendedorismo, autônomos, e também do intraempreendedorismo, quando em empresas. E um pouco além, a Vida e a carreira são constantes “recomeçares”, encerrar e iniciar de ciclos, nisso requisitando o empreender e a consequente permanência da Alegria como fator de energia para agir.

Bem, nossa Vida envolve muitas situações, podendo ser normal que estejamos bem em algumas áreas e menos desenvolvidos em outras. Há o risco de frustração quando concentramos a satisfação em poucos aspectos. Por exemplo, alguém bem sucedido no trabalho, mas com dificuldades em relacionamentos, se entrar em crise profissional, terá o nível de bem-estar geral bastante comprometido, verá aberta uma porta para a ansiedade e a depressão se instalarem, pois todas as fichas estavam em uma só aposta.

O exemplo deixa clara a importância de buscar o equilíbrio, usar da força da Alegria para a estabilidade do que já está bem equacionado e também para buscar autoconhecimento e desenvolvimento de habilidades que elevem a satisfação de aspectos menos explorados, resultando, assim, em melhor qualidade de Vida.

QUANDO A ALEGRIA SE ESVAI

Quem tenta praticar a inteligência emocional logo se depara com a indignação que traz a raiva e também com os estragos dela quando expressada instintivamente ou então reprimida; com um medo que algumas vezes protege e noutras paralisa; com o nojo que faz rejeitar o que nossa mente entende como tóxico, e também traz a vergonha social; com a tristeza que pode causar uma reflexão transformadora ou aprofundar uma depressão; e com a alegria, ponto à parte, vamos lá:

A Alegria é tida como a “mocinha”, aquela a manter. De fato, nesse artigo estou justificando que ela move, energiza, empodera, cura! Trata-se de uma manutenção a todo custo? Não, trata-se de regulação emocional, porque as situações, nossos pensamentos e crenças nos presenteiam diariamente com uma farta gama de emoções, não só dela! A cada uma compete seu ciclo, bem vivenciado. E pode ser que a Alegria passe a nos visitar menos de vez em quando, não é mesmo!?

COMO RECUPERAR A ALEGRIA

Emoções vem e vão! Se vão, voltam: é da Vida! E quando volto à minha fala da Alegria como geradora de ação, mobilizadora, mantenedora de relacionamentos estáveis, apaixonante por pessoas, causas e objetivos, sim, digo de uma convicção de que é possível recuperá-la, todos nós podemos. E a Psicoterapia, com empatia no trato humano, aplicação de técnicas específicas e especialidade na redescoberta de valores internos, poderá ajudar nessa volta à Vida, à Alegria.

Além do tratamento proposto por seu psicoterapeuta, aqui remeto o amigo leitor a dois textos meus, cuja leitura guiará reflexão e dicas sobre estresse e ansiedade. Serão oportunos em vários casos e, noutros, poderão ser adaptados na “busca da Alegria perdida”:

https://psicologopascoalzani.com.br/…/estresse-lucros…/

https://psicologopascoalzani.com.br/…/ansiedade-como…/

A depressão é das maiores demandas na Psicologia. Ela tem por características o aprofundamento da tristeza, a visão negativa de si, do futuro e do mundo, a desesperança, e então, porque não dizer, a perda da Alegria, por tanto que impede de agir, de fazer coisas simples do dia a dia. Confirmado tal momento, é muito útil revisitar formas de reativar o potencial que tem dentro de você, afim de voltar a se alegrar, viver. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) se utiliza de técnicas como a “lista de atividades prazerosas”, a “ativação comportamental” e o “Curtograma”, a seguir, usado para refletir e planejar ação, buscando o equilíbrio das demandas entre prazeres e deveres: o que eu gosto e faço; o que eu gosto e não faço; o que eu não gosto e faço; o que eu não gosto e não faço.

ONDE ESTÁ A SUA ALEGRIA

Cabe a cada um escolher o caminho, seja de tristeza, vitimização e atribuição de culpa aos outros, mantendo sofrimentos; ou a via de assumir a responsabilidade por si próprio, se autoempoderar e resolver seus problemas, nisso usando a força da Alegria, em aprendizado e ação constante.

Enfim, teorias e práticas da TCC que os atuais conceitos de “Longlife learner” / “Lifelong learning” reforçam: viver aprendendo, extrair lições de cada experiência e, assim, estimular a “neuroplasticidade cerebral”, ativar o “mindset do crescimento”. Tratar os assuntos e as pessoas tão apaixonadamente que, de fato, “aproveite até o último sopro de vida”. Ou, simplificando mais ainda, como dizia Gonzaguinha alegremente, já em 1982: “a beleza de ser um eterno aprendiz!”

É fato que Vida adulta pode fazer esquecer de nossa essência, por tamanha turbulência. Então, de tempos em tempos convém refletir, reavaliar os níveis necessários em cada área para de fato viver, aproveitar a Vida. Feito isso, redirecionar rotas, recobrar a Alegria! Onde ela estiver, você, planejada ou automaticamente, buscará formas de fazer acontecer seu objetivos.

Por isso, termino com a mesma provocação inicial, comente: O que inspira você? O que te move? Onde está sua paixão?

Obs.: Essa reflexão não substitui a Psicoterapia

Pascoal Zani – CRP-PR 08/04471

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